quinta-feira, 26 de abril de 2007

That's me!








Sou Andréia Abreu, tenho 44 anos como “Aprendiz” de "Vida Real" e 26 anos de Sala de Aula. Muitas vezes questionei-me do porquê de ser uma “PROFESSORA”. Descobri que gostava tanto de aprender que não me imaginava longe do ambiente escolar.
Desde muito cedo, minha mãe cultivou em mim e em meus irmãos o gosto pelo aprender, pela leitura, pela descoberta. Sempre fomos incentivados a buscar novos caminhos. Penso que isso tenha desenvolvido em nós o gosto pelo “APRENDER e ENSINAR”.


Em "Minhas leituras da Madrugada" descobri que conhecimento é o que cada indivíduo constrói como produto do processamento da interpretação, da informação... Construído internamente, está ligado às experiências que tivemos e à maneira particular que enxergamos o mundo que nos rodeia. Assim, discutir a própria aprendizagem nos leva a entender como aprendemos. Talvez, por isso, refletir a respeito de nós mesmos é algo difícil, pois à medida que tomamos consciência dos fatos, somos de certa forma levados a querer solucioná-los. Sabemos o quão fácil é ver, analisar e até achar soluções para situações externas, mas quando nos dizem respeito nem sempre é uma tarefa agradável. Contudo, começar a relembrar os fatos nos oferece a agradável experiência de revivê-los.

A decisão de voltar aos estudos foi algo prazeroso e que me proporcionou situações onde precisei reavaliar algumas posturas, tanto no setor profissional, quanto no pessoal.
A escolha por uma proposta tão inovadora, que propunha entre outras coisas: “dar espaço para aprender com o fracasso, com os equívocos e com o erro, testando um processo de produção mais consistente e de maior clareza, por meio da re-elaboração; aceitando a possibilidade de discutir abertamente o fracasso e suas conseqüências, de preferência com o apoio e o acolhimento do professor (a) e dos (as) colegas;sustentar os princípios do ‘aprender a aprender’ e do ‘ aprender fazendo’, vivenciando a dinâmica de ‘ação-reflexão-prática...”
Algo assim, “tão pé-no-chão”, encheu-me de curiosidade e surgiu uma vontade imensa de também eu participar dessa caminhada.

Criamos uma comunidade virtual auto-aprendente, conscientes de que aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos, sentimos, quando relacionamos, estabelecemos vínculos, laços, entre o que estava solto, caótico, disperso, integrando-se em um novo contexto, dando-lhe significado, encontrando um novo sentido. Aprendemos pelo pensamento, pelo encontro com o significado, quando interagimos com o mundo, pelo interesse, pela necessidade, pelo desejo de conhecer, de interagir com o meio social e cultural diverso.

Pierre Lévy afirma que as novas tecnologias da informação possibilitam ao ser humano o desenvolvimento de uma nova forma de pensar, de agir e de viver onde o saber assume uma visão bem mais democrática e coletiva. Mesmo diante de tantas modificações e informações é preciso que haja alguém que auxilie o aluno a analisar criticamente tudo isso, verificando o que é válido e deve ser utilizado e o que pode ser deixado de lado. Apesar da facilidade de acesso à informação que a tecnologia nos permite, o professor continua sendo indispensável para que a tecnologia seja utilizada corretamente. O papel do professor é insubstituível! Lev Vygotsky há muito já afirmava que a aprendizagem é fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na interação com outras pessoas. No que concorda, também, J.M.Moran quando diz que: “Educar é colaborar para que professores e alunos - nas escolas e organizações - transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional - do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e profissionais, como cidadãos realizados e produtivos”. Penso que O Papel da Tecnologia é ajudar a construir a escola que queremos.


“Uma sociedade onde caibam todos só será possível num mundo no qual caibam muitos mundos”. (H.Assmann)


Estou muito feliz em participar dessa comunidade, consciente que logo teremos que desocupar nosso cômodo lugar de estudantes virtuais e partir para ação no “Mundo Presencial”. O que levaremos conosco de real aprendizado saberemos no momento em que formos colocados à prova: nossa autonomia, criatividade, capacidade de estabelecer relações afetivas de modo profissional e muitos outros saberes, que ainda estão inconscientes dentro de nós, aparecerão. Penso que dificuldades aparecerão, contudo, o passo principal já foi dado: poder participar desse projeto. Saberemos com certeza vencer um a um cada obstáculo que aparece, pois sabemos que não estamos mais sozinhos. É gratificante constatar que as possibilidades estão todas aí, esperando por nossas ações. Por isso, é tão importante colocarmo-nos em movimento, buscar novos desafios.


“No momento em que alguma coisa é escrita, ela deixa de fazer parte da minha memória pessoal para se inserir na memória da comunidade à qual pertenço, e que conserva seus escritos.” Pierre Lévy